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O Festival
Conceito
O festival procura conectar artistas com comunidades num ambiente natural, o Grande Vale do Côa, para assim cocriarem obras de arte que integrarão a própria paisagem.
Usando materiais naturais , respeitando o seu decaimento natural, serão integradas naturalmente no processo de evolução da paisagem.
A primeira edição será realizada no verão de 2023. O evento terá um formato móvel, ocorrendo em cinco diferentes secções do Grande Vale do Côa, em fins-de-semana consecutivos e também com programação ao longo da semana. O evento concentra programação artística junto das várias sedes de concelho que farão parte do festival, nesses fins-de-semana, tendo também uma componente científica forte que acompanhará as semanas entre esses dias de concentração num só local.
Nestes fins-de-semana, o evento ocorrerá num lugar central de cada um dos concelhos, ao ar livre, e contará com cinema, teatro, música e outras artes cénicas, isto para além de pequenas feiras onde os produtores e operadores locais terão oportunidade de dar a conhecer os seus produtos e serviços aos visitantes. O festival terá ainda uma programação específica dedicada aos mais novos.
Ao longo da semana, a programação contará com oficinas e atividades de natureza, ciência e recreação, bem como visitas e caminhadas às peças de arte desenvolvidas pelos criadores que vão estar no território em residência artística. Falamos aqui de visitas de campo relacionadas com astronomia, biologia e geologia com especialistas destas áreas, visitas às áreas rewilding e muitas outras atividades inseridas no espírito e no conceito deste festival. No total, estarão entre 6 a 10 obras de arte desenvolvidas nestas residências artísticas expostas ao longo do Grande Vale do Côa, num roteiro que se torna um verdadeiro museu ao ar livre de arte integrada na paisagem e que se irá misturar naturalmente com esta. Pretende-se que o desenvolvimento destas obras crie uma ligação especial entre os artistas e as comunidades envolventes, tornando-as parte do processo criativo.
Um roteiro para ser visitado e percorrido em ritmo lento, respeitando os ritmos lentos da própria natureza.
A REWILDING PORTUGAL
A Rewilding Portugal é uma organização privada sem fins lucrativos, com sede na Guarda, e que tem a missão de promover a conservação da natureza por meio de medidas de rewilding em Portugal, principalmente na região do Grande Vale do Côa, onde se localizam as suas áreas rewilding. Esta é uma região onde as elevadas taxas de abandono rural criaram oportunidades para trazer a natureza de volta e para melhorar as condições deste importante corredor de vida selvagem para muitas espécies. O reforço deste corredor pode ainda ter um papel fundamental na recuperação de espécies com estatutos preocupantes de extinção, como o abutre-preto e o lobo-ibérico.
A Rewilding Portugal faz ainda parte de uma rede europeia de áreas rewilding, coordenada pela Rewilding Europe, que conta já com nove áreas rewilding por toda a Europa, com a missão de tornar a Europa um lugar mais selvagem.
Quer saber mais sobre o trabalho da Rewilding Portugal? Assista a este documentário e conheça melhor a nossa ação no terreno:
A ABORDAGEM DE REWILDING
O rewilding, ou renaturalização em português, é uma abordagem progressiva de conservação da natureza. Trata-se de deixar a natureza cuidar de si mesma, permitindo que os processos naturais moldem a terra e o mar, reparem os ecossistemas danificados e restaurem paisagens degradadas. Através do rewilding, os ritmos naturais da vida selvagem criam habitats mais selvagens e mais bio diversos.
Uma abordagem que confia na capacidade intrínseca da natureza de se autorregenerar e gerir a si própria se lhe forem dadas as condições essenciais para tal e que defende a necessidade restaurar ecossistemas e trazer de volta os elementos em falta na paisagem, para que esta volte a estar funcional e com os seus ciclos de vida completos.
O rewilding tem ainda a capacidade de não negar a presença humana nos ecossistemas, mas antes encontrar formas de coexistência e harmonia nesta presença, proporcionando novas oportunidades económicas e sociais para as comunidades locais, em zonas do país cada vez mais desertificadas, abandonadas e vetadas ao abandono e à falta de oportunidades e soluções, criando novas economias baseadas na natureza e por isso mais resilientes e adaptadas ao património envolvente.
Rewilding é isso mesmo… É esperança, é imaginar um mundo onde o ser humano e a vida selvagem coexistem em harmonia. Um mundo onde a natureza tem mais espaço, tem mais tempo. Um mundo mais selvagem.
Saiba mais sobre esta abordagem aqui: https://rewilding-portugal.com/pt/rewilding/
ENDANGERED LANDSCAPES PROGRAMME
O Endangered Landscapes Programme (Programa de Paisagens Ameaçadas) (ELP) é uma iniciativa progressista que prevê um futuro onde as paisagens da Europa são ricas em biodiversidade, estabelecendo ecossistemas resilientes, mais autossustentáveis, que beneficiam a natureza e as pessoas.
O ELP não se trata de recriar o passado e voltar ao tempo antes da influência humana, mas visa restaurar processos, populações e habitats para um futuro melhor e mais sustentável. Este programa sinaliza uma mudança para uma agenda mais positiva e criativa em que o potencial das nossas terras e mares é reconhecido.
O financiamento do ELP vai permitir o desenvolvimento de um corredor de vida selvagem de 120.000 hectares no Grande Vale do Côa. Ao intensificar os atuais esforços de rewilding no Grande Vale do Côa, este projeto tem por objetivo transformar uma região com altos níveis de abandono rural e perda de espécies numa área com novas oportunidades tanto para a natureza selvagem quanto para as pessoas.
O projeto Promover a renaturalização do Grande Vale do Côa, apoiado pelo ELP está a ser coordenado pela Rewilding Europe em parceria com a Rewilding Portugal, Zoo Logical, Universidade de Aveiro e Associação Transumância e Natureza. O festival Côa – Corredor das Artes faz parte deste projeto.
O Endangered Landscapes Programme é gerido pela Cambridge Conservation Initiative e financiado pela Arcadia, um fundo de caridade de Peter Baldwin e Lisbet Rausing.